Emagrecer, relaxar mais, fazer exercícios físicos, fazer um
curso de especialização, trocar de profissão, encontrar mais os amigos,
deslanchar um projeto parado, são algumas das promessas que nos fazemos quando
vira o ano.
No fim do “ano velho” costumamos fazer a
“auto-retrospectiva”: onde errei, o que eu não fiz, fui um bom profissional, o
que esqueci, o que foi bom ou que foi ruim, consegui viajar mais, preciso comer
menos, estudei mais um idioma, não cuidei do meu corpo e nem da minha mente – o
famoso balanço das experiências no ano vivido.
Toda esta reflexão, do que é passado e do que está por vir
mexe muito com nossas emoções. E por quê? Porque apontamos o dedo para nós
mesmos, porque nos implicamos e nos responsabilizamos pela própria felicidade
ou pela própria dificuldade.
É muito difícil fazer este exercício de auto-análise. Muito
mais fácil e divertido é estourar a champagne e entregar ao universo a sorte do
próximo ano. Não pensar no que fomos e nem no que seremos. Só curtir o
presente. Sim, viver o presente é necessário. Mas para algo agora, precisamos
de referências, precisamos entender o que fomos o que nos alimentou para termos
tais comportamentos hoje. Mas tudo com equilíbrio, nada de ficar preso demais
ao passado.
Assistindo “Meia noite em Paris”, mais um filme brilhante de
Woody Allen, o personagem principal não conseguia viver no presente, porque a
nostalgia e a vontade de viver em uma época anterior que não era a sua ocupavam
todos os seus dias. Quando ele entendeu o que estava fazendo para si, quando se
deu conta de sua parte na infelicidade que vivia, conseguiu se livrar dos
“inconvenientes” e tocou sua vida e seus projetos que estavam empatados.
Estar em processo terapêutico, é estar em contato consigo
mesmo, buscando suas implicações no que mais incomoda. É também, tentar a saída
do próprio conflito e dificuldade com o auxílio de um profissional capacitado.
É neste espaço, que existe a possibilidade de dedicar pelo menos uma hora na
semana ao seu íntimo e despir-se completamente para si mesmo. E claro, transformar tudo isso em algo melhor
pra você em primeiro lugar.
A busca por ter mais satisfação na vida é o que nos move a
tais reflexões. Começar um novo ano com pé direito, com boas vibrações e bons
pensamentos é muito bom. Mas se não fizermos algo por nós mesmos, com foco e
dedicação, somente o número do ano será novo – nossas experiências, projetos e vivências
serão iguais. E o balanço do próximo reveillon tem grandes chances de ficar no
negativo.
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